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22 de abr. de 2010

Almir Bezerra


Almir ,em 1964 foi um dos criadores do conjunto The Fevers, que alcançou grandes sucessos, no movimento Jovem Guarda. Em 1969, teve sua primeira composição gravada pelos Fevers, "Ela". No ano seguinte foi a vez de "Esse mundo louco" e "Você morreu pra mim", parceria com Miguel e Rossini Pinto. Entre outras músicas de sua autoria gravadas pelo conjunto The Fevers estão "O amor é a razão", "O tempo vai passar" e "Não quero te perder". Em 1982 lançou seu primeiro disco solo, "Ainda existe amor", com entre outras, "Enquanto eu viver" e "Uma carta", parcerias com Rossini Pinto e "Anjo da noite", de Paulo Massadas, Michael Sullivan e Rossini Pinto. Em 1983 lançou o LP "Bate forte no peito", com duas parcerias com Rossini Pinto, "Só o seu cafuné" e "A saudade que ficou", além de "Velejar", de Fernando Augusto e Antônio Damasceno, entre outras. Em 1986 lançou o LP "Ritmos do coração" no qual interpretou diversos clássicos da música romântica brasileira, entre as quais, "Apelo", de Baden Powell e Vinícius de Moraes, "A noite do meu bem", de Dolores Duran, "Vingança", de Lupicínio Rodrigues e "Fracasso", de Mário Lago. No ano seguinte gravou "Ritmo do coração volume II", cantando "Ouça", de Maysa, "Marina", de Dorival Caymmi e "Balada triste", de Esdras Silva e Dalton Vogeler, entre outras. Em 1988 lançou "Ritmo do coração volume III", "Nossos momentos", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, "Atiraste uma pedra", de Herivelto Martins e David Nasser e "Deixei de te amar", de sua autoria e Pedrinho, entre outras. Em 1995 participou com o conjunto The Fevers das comemorações dos 30 anos da Jovem Guarda. Em 2005, integra a primeira formação do THE ORIGINALS, banda formada por grandes nomes da Jovem Guarda. Atualmente ,Almir segue carreira solo ,mais uma vez, com um excelente cd /dvd “A Volta dos Tempos",gravado em Recife ,sua cidade natal. 

Texto retirado do site dnstudio.blogspot.com/2008/05/almir-bezerra-ex-fevers.html 




Mais um de SIMPLESMENTEEDMILSON........

Ofereço a vc...Renata Kelly..............

José Orlando


José Orlando Santos de Almeida ou simplesmente José Orlando  (Pedreiras, 11 de julho de 1954) é um cantor brasileiro.

José Orlando nasceu em Pedreiras, cidade do interior do Maranhão. Com 15 anos se mudou com a família para Fortaleza onde tudo começou. Ganhou um violão da mãe e aprendeu a tocar sozinho. Fez suas primeiras composições. Participou de programas de calouros e de festivais de música. Sempre se destacando nos mesmos, em 1975 gravou sua primeira música como compositor com o cantor Alípio Martins, que foi o padrinho do primeiro LP e muitos outros de sucesso. O seu primeiro disco foi um compacto simples em 1979. Depois gravou vários LPs com músicas de sucesso.

José Orlando já gravou 1 Compacto, 12 LPs, 25 CDs e 4 DVDs, o primeiro DVD gravado em Maceió, no teatro Deodoro, o segundo DVD com um “arquivo pessoal” com apresentações em programas de televisão, o terceiro em Santana do Mundaú – Alagoas, e o quarto em Parnamirim – RN – José Orlando já ostenta 4 discos de Ouro e já vendeu mais de 5 milhões de discos no Brasil e no exterior.

Como compositor já teve gravadas mais de 1.000 músicas, por intérpretes como Fafá de Belém, Grupo Kaoma, Alípio Martins, Júlio Nascimento, Sandro Becker, Eliane, Gian & Giovani, Genival Lacerda, Nilton César, Maria Alcina, Nando Cordel, Fernando Mendes, José Ribeiro, Alcymar Monteiro, Adriano e com várias bandas de forró como Mastruz com leite, Aviões do forró, Cavaleiros do Forró, Capital do Sol, Gaviões do Forró, Forró Siriguella, Forró Real, Banda Passaport, Canários do Reino, Rede de Balanço, Balança Neném e outras e mais de 200 cantores regionais.
 
Realiza mensalmente, uma média de 15 shows com a sua banda, Pistoleiros do Amor, por todo Norte e Nordeste, principalmente nos estados Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
 
Atualmente, jovens universitários e adolescentes curtem seus grandes sucessos e lotam as casas de shows para dançar.
A tecnologia dos tempos modernos veio em seu benefício. Através da Internet, em uma das maiores redes de encontros de amigos, Orkut, tem uma legião de fãs que se comunicam e marcam os grandes eventos.
 
Hoje o "pistoleiro do amor" não "atira" mais para todos os lados. Casado e pai de dois filhos, José Orlando está feliz com sua vida. A carreira não tem mais aquele ritmo intenso. Morando atualmente em Fortaleza, ele prefere dividir o tempo entre a família e os fãs. Com 27 anos de carreira, o compositor emplacou vários sucessos. O mais conhecido de todos hoje virou um hino para aqueles que adoram sofrer de paixão: " pistoleiro do amor".


Paulo Diniz


Paulo Diniz (Pesqueira, 24 de janeiro de 1940) é um cantor brasileiro.

Foi para o Recife trabalhar como crooner e baterista em casas noturnas. Foi locutor e ator de rádio e televisão, em Pernambuco e no Ceará. Em 1964 foi para o Rio de Janeiro, onde consultou a Rádio Tupi e passou a compor com mais freqüência. Sua primeira gravação saiu em 1966, com a música O Chorão.

Quatro anos depois lançou dois LPs, e em seguida dedicou-se à tarefa de musicalizar poemas de língua portuguesa de autores como Carlos Drummond de Andrade (E Agora, José?), Gregório de Matos (Definição do Amor), Augusto dos Anjos (Versos Íntimos), Jorge de Lima (Essa Nega Fulô) e Manuel Bandeira (Vou-me Embora pra Pasárgada).

Suas músicas foram gravadas por Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone e outros. Entre seus sucessos destacam-se Pingos de Amor, gravado por vários intérpretes, Canoeiro, Um Chopp pra Distrair, I Want to Go Back to Bahia (uma homenagem a Caetano Veloso, então exilado em Londres) e Quem Tem um Olho É Rei, todas em parceria com Odibar.

Atualmente Paulo Diniz continua realizando apresentações, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que contraiu uma misteriosa doença em 2005 que paralisou seus membros inferiores.

Discografia

    * Brasil, Brasa, Braseiro, 1967
    * Quero Voltar Pra Bahia, 1970
    * Paulo Diniz (álbum de 1971), 1971
    * Lugar Comum, 1973
    * Paulo Diniz (álbum de 1974), 1974
    * Estradas, 1976
    * É Marca Ferrada, 1978
    * Canção do Exílio, 1984


21 de abr. de 2010

The Fevers


The Fevers era uma banda brasileira de rock e pop formada no Rio de Janeiro em 1964 e associada ao movimento da Jovem Guarda. Fez muito sucesso na segunda metade da década de 1960 e início da década de 1970, vindo se consagrar nos anos 1980 com as aberturas das novelas (Elas por Elas e Guerra dos Sexos, da Rede Globo). O grupo continua em plena atividade até os dias de hoje.

Histórico
Criada em 1964, a banda originalmente se chamava The Fenders e seus membros originais eram Almir (vocais), Liebert (contrabaixo), Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho (guitarra), Cleudir (teclados) e Jimmy Cruise (vocais). Em 1965, Jimmy saiu do grupo e os membros remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers, foi quando entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1968 e Luiz Claudio em 1969.

Gravaram seus primeiros discos em 1965 e 1966 pela Philips, os compactos Vamos dançar o letkiss (versão de Letkiss), Wooly Bully (de Domingo Samudio, em versão) e Não vivo na solidão. Em 1966 apareceram no filme Na Onda do Iê-Iê-Iê.

Passando para a Odeon ainda em 1966, revelaram-se um dos mais importantes grupos vocais-instrumentais da Jovem Guarda. Fizeram (muitas vezes sem créditos nos discos) o acompanhamento instrumental de gravações de Eduardo Araújo (O bom), Deny e Dino (Coruja), Erasmo Carlos (os LPs O Tremendão e Você me acende), Roberto Carlos (gravações como Eu te darei o céu e Eu estou apaixonado por você), Golden Boys, Wilson Simonal (faixas como Mamãe passou açúcar em mim), Trio Esperança (LP A festa do Bolinha), Jorge Benjor (o LP O bidu/Silêncio no Brooklin) e o primeiro LP de Paulo Sérgio.

O grupo foi eleito melhor conjunto para bailes em 1968 e lançou um LP chamado Os Reis do Baile. No ano de 1968, entra na banda o saxofonista Miguel Plopschi, em 1969 o vocalista Luís Cláudio entrou para a banda cantando os grandes sucessos em inglês; em 1975 entrou Augusto César, no ano seguinte Pedrinho sai da banda. Em 1979, com a saída de Almir, a banda convidou Michael Sullivan que dividiu o vocal com Augusto César.

Em 1982 a música Elas por Elas (Augusto César e Nelson Motta) entrou na abertura da novela da TV Globo colocando o grupo como um dos grandes vendedores de discos e de shows do país. Em 1983, outra abertura de novela: a música Guerra dos Sexos (Augusto César e Cláudio Rabello) trouxe um público mais jovem a conhecer o trabalho do grupo. O componente Miguel Plopschi se desliga da banda e assume a direção artistica da gravadora BMG nessa época.

Em 1985, entra Miguel Ângelo como tecladista da banda, Michael Sullivan sai no ano seguinte. Em 1988, Augusto César grava um disco solo e convida o talentoso vocalista e guitarrista César Lemos que permanece 3 anos no grupo. Em 1988, é a vez de Cleudir sair.

Na década de 1990, outra mudança na banda: sai César Lemos e entra o guitarrista Rama. Por problemas de saúde, sai o baterista Lécio e entra Darcy. Almir Bezerra retorna à banda depois de 12 anos. Em 1994, Darcy dá lugar ao baterista Otávio. Com essa formação, os Fevers passam a década de 1990 sem fazer muito sucesso.

Em meados de 2000, Almir sai novamente da banda e quem assume o vocal principal agora é Luis Claudio.

Discografia

  • Vamos Dançar o Let Kiss (1965)
  • A Juventude Manda vol. I (1966)
  • A Juventude Manda vol. II (1967)
  • The Fevers vol. III (1968)
  • Os Reis do Baile (1969)
  • O Máximo em Festa (1969)
  • Fevers (1970)
  • Explosão musical dos Fevers (1971)
  • Fevers (1972)
  • Fevers (1973)
  • Fevers (1974)
  • O Sol Nasce Para Todos (1975)
  • Fevers (1976)
  • Fevers (1977)
  • Fevers (1978)
  • Disco Club (1979)
  • Fevers (1980)
  • Fevers (1981)
  • Fevers (1982)
  • Fevers (1983)
  • A Maior Festa do Mundo (1983)
  • Fevers (1984)
  • Fevers (1985)
  • Fevers (1986)
  • Fevers (1987)
  • Fevers (1988)
  • Fevers (1989)
  • Fevers (1991)
  • Agora é Pra Valer (1992)
  • A Gente era Feliz e Não Sabia (1995)
  • Vem Dançar (1998)
  • Ao Vivo (1999)
  • Fevers (2004)
  • Ao Vivo (2007) - CD e DVD

Integrantes

  • Formação Atual:
    • Luis Cláudio, Liebert, Rama, Otávio Henrique e Miguel Ângelo.
  • Formação Original:
    • Almir, Lécio, Miguel plopschi,Pedrinho, Cleudir, Luis Cláudio e Liebert.
  • Outros Integrantes:
    • Michael Sullivan, César Lemos, Darcy Fernandes e Augusto César.

Márcio Greyck


Márcio Greyck (Belo Horizonte, 30 de agosto de 1947) é um músico, cantor e compositor  dos mais bem sucedidos no cenário artístico do Brasil.


Márcio Greyck é dono de uma das carreiras de maior sucesso no cenário artístico brasileiro como cantor e compositor.

Mineiro de Belo Horizonte, onde passou sua infância e adolescência apurando o seu romantismo através das serenatas que fazia embaixo das janelas de suas primeiras fãs. Foi na Polydor, em 1967, que Márcio Greyck gravou seu primeiro compacto simples com uma versão de Eleanor Rigby “Minha Menina” de Lennon e McCartney e também sua primeira composição “Venha Sorrindo” seguindo uma série de três Lp’s. Ao mesmo tempo assina contrato exclusivo com a TV Tupi, após ter se apresentado no famoso programa de Bibi Ferreira, dirigido por Péricles Leal e Roberto Jorge e passa a atuar em todos os programas musicais daquela emissora, inclusive apresentando o seu próprio programa (O mundo é dos jovens) ao lado de Sandra na extinta TV Tupi de São Paulo, cantando e gravando canções dos Beatles como: Sempre vou te amar (When I’m Sixty-Four) Ela me deixou chorando (Lucy in the Sky With Diamonds), Penny Lane, entre outras. O cinema também descobriu Márcio Greyck, que protagonizou juntamente com a cantora Adriana, o filme (Em ritmo jovem) com participações de Grande Otelo e Vanja Orico, e um outro, também longa metragem em cores logo depois, chamado (O amor em quatro tempos) onde ele interpreta um jovem sonhador da idade média.

Em 1970, assina contrato com a então CBS, hoje Sony Music e grava o que seria o seu primeiro grande sucesso em vendas com a sua composição em parceria com seu irmão Cobel, chamada “Impossível acreditar que perdi você” alcançando então, uma vendagem de mais de 500 mil cópias, o que para a época em que o mercado de discos era ainda bem menor, foi considerado como um fenômeno de vendas, além de se manter em primeiríssimo lugar por mais de seis meses em todas as paradas pelo Brasil afora. Sucesso comprovado por inúmeros artistas de interpretações e estilos diversos que também a gravaram, tais como: Wilson Simonal, Rosana, Gilliard, Perla, Os Vips, João Mineiro e Marciano, Joelma, Agnaldo Rayol, Trio Esperança, Jerry Adriani, Fernando Mendes, Conjunto Lafaiete, Orquestra Caravelli da França, entre outros.

No ano seguinte, uma nova super dose de sucesso com a canção, “O mais importante é o verdadeiro amor”, também primeiro lugar em todas as paradas, e o mesmo acontecendo em seguida com “O infinito” “Quando me lembram você” e “Não sei onde te encontrar” que são sucessos simultâneos desta época em que Márcio Greyck, é um dos artistas que mais atuam na TV, em programas como: Silvio Santos, Chacrinha, Flávio Cavalcante, Bolinha, Raul Gil, Haroldo de Andrade, José Messias, Hebe Camargo, Gugu Liberato, Geração 80, Globo de ouro, Fantástico, entre outros. Márcio Greyck tem duas de suas composições gravadas por Roberto Carlos “Tentativa” e “Vivendo por viver” que recentemente, foi também gravada por Zezé di Camargo e Luciano com grande sucesso e também pelo Trio Irakitan e Sérgio Reis, sendo ainda lançada na Itália, pela Universal Music como “Vivendo per vivere” em um CD gravado pelo cantor Ralf, com o titulo de “Musicas Brasilianas”. Erasmo Carlos gravou “Até quando?”.  Agnaldo Timóteo e Verônica Sabino, também estão entre outros, que gravaram canções de sua autoria.

Em 1981, o cantor Márcio Greyck volta aos estúdios e grava “Aparências” de (Cury e Fatha) que se torna um novo e grande sucesso em vendas no mundo do disco, lançado também em espanhol em quase todos os países do idioma e também em Portugal.

O sucesso de “Aparências” atravessou as fronteiras do Brasil sendo lançada em vários países, e inclusive gravada também, pela orquestra de Ray Conniff que a gravou em uma seleção de canções latinas, com aquele seu inconfundível e famoso estilo.

Márcio Greyck torna se então aí, um artista internacional que lidera novamente as paradas de sucesso em todo o Brasil e segue estourando canções como: “O travesseiro” “Honestamente” e “Reencontro”, essa que inclusive foi tema do par romântico da novela (Louco amor) da TV Globo.  No ano de 1983, Márcio Greyck participa do 23º Festival Internacional de Vinã del Mar no Chile e ganha o troféu (Gaviota de Plata ) com a canção (Yo te agradezco) de Mauricio Dubocc e Carlos Colla e lança o seu primeiro Lp em espanhol para toda a América latina, por onde em seguida, viaja promovendo o disco e fazendo shows .

Em 84... Greyck para com tudo!!!

Totalmente desmotivado, se isola em seu sitio em Saquarema, e só recupera sua motivação em 1997, quando lança pelo selo Albatroz o CD (No tempo, no ar e no coração) que é também titulo de uma canção de sua autoria em parceria com Paulo Sérgio Valle, que resgata e atualiza seu repertório com a tecnologia e arranjos contemporâneos e volta aos programas de TV, rádio e etc. promovendo o lançamento e viajando por todo o país com sua nova Banda, após estréia no "Pálace" em São Paulo. Simultaneamente são lançados também no mercado, os CDs com as gravações originais remasterizados.  

Fábio Júnior, também gravou a canção “Impossível acreditar que perdi você” que foi tema da novela “A indomada” da TV Globo e que somada a recente regravação de Rita Ribeiro, produzida por Zeca Baleiro, como a nova revelação da nova MPB e também de Verônica Sabino, hoje passa de 50 as gravações desta mesma canção. Márcio Greyck foi então convidado pela TV Globo a gravar a trilha da “A indomada” em espanhol, para ser lançada em todos os países do idioma, em que for comercializada a novela.

No primeiro semestre de 2001, Márcio Greyck, após apresentar seu show "No tempo, no ar e no coração" no teatro Don Silvério em Belo Horizonte, com sucesso absoluto, recebe das mãos do representante do ministro da cultura, o Troféu PRÓ-MÚSICA, como o compositor do ano 2000 em Minas Gerais, consagrando de vez a sua volta aos palcos da vida! Márcio Greyck também figura como compositor e produtor na trilha sonora da novela “Malhação" da TV Globo ano 2003, em parceria com o seu filho caçula "Bruno Miguel" que a interpreta, chamada "Faz assim" enquanto elabora um novo CD com canções inéditas, além de participar do CD “O pulo do gato” produzido por Gileno Azevedo cantando...“Uma palavra amiga” (sucesso de Roberto Carlos) em homenagem a um dos maiores compositores da jovem guarda, o Getúlio Cortes.

Márcio Greyck recebeu recentemente das mãos de Silvio Santos a coroa de prata no programa “Rei Majestade” do SBT. Atualmente, resgata a sua cidadania vivendo em Belo Horizonte, de onde sai eventualmente para atender aos inúmeros convites para se apresentar com sua banda, levando o seu show...“No tempo, no ar e no coração” por todo o Brasil, cantando e revivendo os seus grandes sucessos.


Luiz Carlos Magno

Luiz Carlos Magno iniciou sua carreira no final dos anos 60, cantando na TV Jornal (Canal 2, no Recife), passando em seguida a gravar frevos.

Apresentou um programa chamado "Dimensão Jovem", musical e destinado ao público jovem da época. Com o sucesso local, foi levado para o Rio de Janeiro (cidade), onde passou a produzir discos pela CBS (atual Sony Music).

Sua música "Ave-Maria pro nosso amor" foi o primeiro grande sucesso, logo seguida por composições como "Terminei com ela", "Ângela-la-la", "Meu castigo", "Rock nas quebradas", "Deixa ele falar sozinho", "Jurei mil vezes" e muitas outras.

Teve parcerias com cantores no estilo brega, como Reginaldo Rossi, e passou a viver definitivamente na capital carioca. Ali administra a carreira, sobretudo com o lançamento de antigos sucessos, e participação em coletâneas como o CD "Jovem Guarda Milênio".




José Ribeiro


José Ribeiro, cantor popular que teve seu auge de sucesso década de 70. Sua voz pequena sem eloqüências, singular e de sonoridade agradável é perfeita para o estilo romântico de composição que escolheu.Juntamente com seu parceiro, o compositor J.Cipriano lançou vários sucessos que até hoje seu público exige e canta sem faltar nenhuma vírgula em suas apresentações, sendo a mais marcante e carro-chefe de Ribeiro a poética "A Beleza Da Rosa" que fez com que Ribeiro conquista-se o Brasil e mostrasse a sua boa música independentemente das classificações do gênero.

Depoimento de José Ribeiro sobre sua carreira.

"Antes de ficar famoso pelo meu romantismo, eu tentei a carreira como cantor de baião. O sotaque mineiro e a voz explicitamente nasalada foram os vilões da minha história. Eu queria de todo jeito ser um cantor de baião, mas entrar no ritmo não foi fácil. O rol agregava apenas representantes nordestinos. O sucesso como cantor romântico foi a minha vingança musical. Em 1972 eu estourei de norte a sul do país fazendo parte do casting da gravadora mais importante do Brasil, a CBS. A música A Beleza da Rosa é até hoje uma das mais tocadas no Brasil. O romantismo impregnado nas minhas músicas, vem da inspiração do ídolo Anísio Silva."

"O LP Meu Coração Não Te Esquece (CBS-1973),

tem como diretor artístico Renato Barros, o líder do grupo Renato e Seus Blue Caps.

Das 12 faixas do disco, seis fizeram sucesso nas rádios do Brasil, entre elas

Na Porta da Cozinha (Joel Teixeira e J. Cipriano),
Um Amor Vai, Outro Vem (Niquinho e Othon Russo),
Meu Coração Que Não Te Esquece (J. Cipriano e Pedrinho)
e A Maior Saudade Minha (Fernando Barreto e J. Cipriano).

Pois Esse Sou Eu...

Após uma teporada fora de Recife, Eu estou de volta, para
a capital Pernambucana, e já conto com uma lista de shows...!"


Jessé


Jessé Florentino Santos, conhecido apenas como Jessé, (Niterói, 25 de abril de 1952 — Ourinhos, 29 de março de 1993) foi um cantor e compositor  brasileiro.

Jessé foi criado em Brasília. Mudou-se para São Paulo já adulto, e atuou como crooner em boates. Depois, integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa, animando bailes por todo o Brasil.

Ainda nos anos 70, também chegou a gravar em inglês com o pseudônimo de Tony Stevens. Foi revelado ao grande público em 1980, no Festival MPB Shell da Rede Globo com a música "Porto Solidão" (Zeca Bahia/ Ginko), seu maior sucesso, ganhando prêmio de melhor intérprete.

Em 1983, ganhou o XII Festival da Canção Organização (ou Televisão Ibero-Americana) (OTI) realizado em Washington, com os prêmios de melhor intérprete, melhor canção e melhor arranjo para "Estrelas de Papel" (Jessé/ Elifas Andreato).

De voz muito potente, no decorrer de sua carreira Jessé gravou 12 discos (como os álbuns duplos "O Sorriso ao Pé da Escada" e "Sobre Todas as Coisas") mas nunca conseguiu os louros da crítica especializada. Morreu aos 40 anos, em 29 de março de 1993 de traumatismo craniano sofrido num acidente de carro em Paraguaçu Paulista, quando se dirigia para a cidade de Terra Rica, no Paraná, para fazer um espetáculo.

Discografia

    * Jessé (1980)
    * Jessé Vol. 2 (1981)
    * Jessé Vol. 3 (1982)
    * Sorriso ao pé da escada (1983)
    * Estrela de papel (1984)
    * Sobre todas as coisas (1984)
    * Todos os palcos (1985)
    * Ao meu pai (1985)
    * Eterno menino (1987)
    * Convite para ouvir Jessé - Coletânea (1988)
    * Jessé - Série Brilho (1988)
    * Jessé in Nashville (1989)
    * Glória ao Pai - Coletânea (1991)
    * Raízes (1993)
    * Voa liberdade (1993)
    * Jessé - 20 preferidas Vol.1 (1996)
    * Jessé - 20 preferidas Vol.2 (1997)
    * Pérolas - Coletânea (2000)
    * O inesquecível Jessé (2003)


Fernando Mendes


Destacou-se na década de 1970 com a musica Cadeira de Rodas, que vendeu mais de um milhão de cópias e foi executada nas rádios de todo o país.

Entre os prêmios que ganhou, está um disco de ouro e o prêmio Villa Lobos de disco mais vendido de 1979 com a música Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, com arranjo de Hugo Bellard.

Fez shows no Brasil e no exterior e participou de variados programas de televisão. Atualmente continua compondo e se apresentando nos palcos brasileiros.
 
Início da carreira

A carreira de Fernando Mendes começou concomitantemente à de José Augusto, com quem compôs e gravou algumas canções. Seu primeiro sucesso foi gravado em 1973: a música A Desconhecida, de sua autoria, regravada pelo funkeiro Mister Mu, no início dos anos 90.

Além de Cadeira de Rodas e A Desconhecida, primeiros grandes sucessos, e Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, Fernando Mendes também teve uma música na novela da TV Globo Duas Vidas de 1976: Sorte Tem Quem Acredita Nela, com arranjo de Hugo Bellard.

Sucesso com Caetano Veloso

Mas a "volta" de Fernando Mendes ao cenário musical foi a regravação de Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, por Caetano Veloso para a trilha sonora do filme "Lisbela e o Prisioneiro". A regravação rendeu uma redescoberta do compositor e cantor mineiro, que teve uma coletânea lançada pela Som Livre.

Em 1974, teve uma música censurada pela ditadura militar chamada Meu Pequeno Amigo, que fazia referência ao caso Carlinhos, um seqüestro de grande repercussão na época e não elucidado até hoje.


Altamiro Carrilho


Altamiro Aquino Carrilho (Santo Antônio de Pádua, 21 de dezembro de 1924) é um músico, compositor e flautista brasileiro. Este flautista virtuoso transversal já gravou mais de cem discos, compôs cerca de duzentas canções e já se apresentou em mais de quarenta países difundindo o choro brasileiro.

Depois de tocar tarol na banda Lira de Árion, começou a estudar flauta. Iniciou a carreira nos programas de calouros, tendo obtido o primeiro prêmio no Calouros em Desfile, de Ary Barroso. Fez fama como improvisador e participou de numerosos grupos, discos e shows. Em 1949 gravou seu primeiro choro, "Flauteando na Chacrinha", no ano seguinte montou seu próprio conjunto na Rádio Guanabara. Em 51 substituiu Benedito Lacerda no conjunto regional de Garoto, contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Lá acompanhou grandes estrelas como Vicente Celestino, Orlando Silva e Francisco Alves. Formou o grupo Altamiro e Sua Bandinha, que teve programa na TV Tupi e emplacou o sucesso "Rio Antigo", com mais de 700 mil cópias vendidas. Nos anos 60 excursionou fora do país, e na década seguinte passou a ser um dos flautistas mais requisitados, por conta do movimento de redescoberta do choro. Continua em atividade, participando de gravações e shows, privilegiando o choro 

Discografia

  • Juntos (2002) (participação/Dois no Choro, EUA)
  • Millenium (2000)
  • Flauta Maravilhosa (1996)
  • Brasil Musical - Série Música Viva - Altamiro Carrilho e Artur Moreira Lima (1996)
  • Instrumental No CCBB- Altamiro Carrilho e Ulisses Rocha (1993)
  • Cinqüenta anos de Chorinho (1990)
  • Bem Brasil (1983)
  • Clássicos em Choro Vol. 2 (1980)
  • Clássicos em Choro (1979)
  • Altamiro Carrilho (1978)
  • Antologia da Flauta (1977)
  • Antologia do Chorinho Vol. 2 (1977)
  • Antologia da Canção Junina (1976)
  • Antologia do Chorinho (1975)
  • Pixinguinha, de Novo - Altamiro Carrilho e Carlos Poyares (1975)
  • A flauta de prata e o bandolim de ouro - Altamiro Carrilho e Niquinho (1972)
  • A furiosa ataca o sucesso (1972)
  • Dois bicudos (1966)
  • Altamiro Carrilho e sua bandinha no Largo da Matriz (1966)
  • A banda é o sucesso (1966)
  • Choros imortais nº 2 (1965)
  • Uma flauta em serenata (1965)
  • Altamiro Carrilho e sua bandinha nas Festas Juninas (1964)
  • No mundo encantado das flautas de Altamiro Carrilho (1964)
  • Choros imortais (1964)
  • Recordar é Viver Nº 2(1963)
  • Bossa Nova in Rio (1963)
  • Recordar é Viver nº 3 (1963)
  • A Bandinha viaja pelo Norte (1962)
  • Vai Da Valsa (1961)
  • Desfile de Sucessos (1961)
  • O melhor para dançar - Flauta e Órgão (1961)
  • Era só o que flautava (1960)
  • A bordo do Vera Cruz (1960)
  • Parada de Sucessos (1960)
  • Chorinhos em desfile (1959)
  • Dobrados em desfile (1959)
  • Boleros em desfile nº 2 (1959)
  • Altamiro Carrilho e sua bandinha na TV - nº 2 (1958)
  • Homenagem ao Rei Momo (1958)
  • Boleros em Desfile (1958)
  • Enquanto houver amor (1958)
  • Recordar é viver (1958)
  • Revivendo Pattápio (1957)
  • Altamiro Carrilho e sua flauta azul (1957)
  • Ouvindo Altamiro Carrilho (1957)
  • Natal (1957)
  • Altamiro Carrilho e sua bandinha na TV (1957)
 
 

20 de abr. de 2010

Clementina de Jesus


Clementina de Jesus da Silva (Valença, 7 de fevereiro de 1901 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1987) foi uma cantora  brasileira  de samba. Também era conhecida como Tina ou Quelé.

Nascida no interior do estado do Rio, mudou-se com a família para a capital do estado, radicando-se no bairro de Osvaldo Cruz. Lá acompanhou de perto o surgimento e desenvolvimento da escola de samba Portela, freqüentando desde cedo as rodas de samba da região. Em 1940 casou-se e mudou para a Mangueira. Trabalhou como doméstica por mais de 20 anos, até ser "descoberta" pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963, que a levou para participar do show "Rosa de Ouro", que rodou algumas das capitais mais importantes do Brasil e virou disco pela Odeon, incluindo, entre outros, o jongo "Benguelê". Devota da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, participava de festas das igrejas da Penha e de São Jorge, cantando canções de romaria. Considerada rainha do partido alto, com seu timbre de voz inconfundível, foi homenageada por Elton Medeiros com o partido "Clementina, Cadê Você?" e foi cantada por Clara Nunes com o "P.C.J, Partido Clementina de Jesus", em 1977, de autoria do compositor da Portela Candeia.

Além deste gênero gravou corimás, jongos, cantos de trabalho etc., recuperando a memória da conexão afro-brasileira. Em 1968, com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, registrou o histórico LP "Gente da Antiga" ao lado de Pixinguinha e João da Baiana. Gravou cinco discos solo (dois com o título "Clementina de Jesus", "Clementina, Cadê Você?" e "Marinheiro Só") e fez diversas participações, como nos discos "Rosa de Ouro", "Cantos de Escravos", Clementina e convidados e "Milagre dos Peixes", de Milton Nascimento, em que interpretou a faixa "Escravos de Jó". Em 1983 foi homenageada por um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de Paulinho da Viola, João Nogueira, Elizeth Cardoso e outros nomes do samba.

Rainha Ginga. Quelé. Duas maneiras de chamar Clementina de Jesus, com a imponência do título de realeza e com a corruptela carinhosa de seu nome. Clementina evocava tais sentimentos aparentemente contraditórios. A ternura e o profundo respeito.

A ternura de negra velha sorridente. Todos com quem se envolvia tinham a compulsão de chamá-la Mãe, como a chamavam os músicos do musical Rosa de Ouro. Uma pessoa capaz de interromper um depoimento dado à televisão para discutir sobre o café com a moça que o servia. Um brilho especial nos olhos que cativou desde os mais humildes ao imperador Haile Selassié. Talvez por ter trabalhado tantos anos como empregada doméstica e ter começado a carreira artística aos 63 anos, descoberta pelo poeta Hermínio Bello de Carvalho, nunca tratava de forma diferente devido à posição social.

O respeito ao peso ancestral de sua voz: uma África que estava diluída em nossa cultura é evocada subitamente na voz e nos cânticos que Clementina aprendeu com sua mãe, filha de escravos. Clementina surgiu como o elo perdido entre a moderna cultura negra brasileira e a África Mãe.

Clementina causou uma fascinação em boa parte da MPB. Artistas tão diferentes como João Bosco, Milton Nascimento e Alceu Valença fizeram questão de registrar sua voz em seus álbuns. Apesar disso Clementina nunca foi um grande sucesso em vendagem de discos. Talvez por ter gravado quase que somente temas folclóricos, ou por sua voz não obedecer aos padrões estéticos tradicionais. O que realmente impressionava eram suas aparições no palco, onde tinha um contato direto com seu público.

Clementina, mesmo tendo iniciado tardiamente sua vida artística e com uma curta carreira, é sem dúvida uma das mais importantes artistas brasileiras. Faleceu na Vila Santo André - Inhaúma - Rio de Janeiro, em 19 de julho de 1987 e apesar disso, hoje em dia apenas o disco Clementina e Convidados existe em catálogo.

Dolores Duran


Dolores Duran, nome artístico de Adileia Silva da Rocha[1], (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1930  — Rio de Janeiro, 24 de outubro de 1959) foi uma cantora e compositora brasileira.

Filha de um sargento da Marinha, começou a cantar muito cedo e, aos dez anos de idade, conquistou o primeiro prêmio no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística. Quando Adiléia tinha 12 anos o pai faleceu e, a partir de então, teve que sustentar a família, cantando em programas de calouros e trabalhando no rádio como atriz.

A partir dos 16 anos adotou o nome artístico Dolores Duran. Autodidata, cantava em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores e entusiasmou-se com a interpretação de Dolores para My Funny Valentine - a melhor que já ouvira, declarou Fitzgerald.

No final da década de 1940, Dolores estreou na Rádio Nacional, tendo sido contratada para se apresentar ao lado de nomes como Chico Anysio e Ângela Maria.

Em 1951, teve um relacionamento amoroso com João Donato, mas que não perdurou devido à oposição da família do rapaz, então com 17 anos, enquanto Dolores tinha 21. O namoro chegou ao fim, quando Donato foi morar no México.

A estreia de Dolores em disco foi em 1952, gravando dois sambas para o Carnaval do ano seguinte: Que bom será (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Márquez) e Já não interessa (Domício Costa e Roberto Faissal). Em 1953, gravou Outono (Billy Blanco), e Lama (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas Canção da volta (Antônio Maria e Ismael Neto), Bom querer bem (Fernando Lobo), Praça Mauá (Billy Blanco) e Carioca (Antônio Maria e Ismael Neto).

Em 1955, casou-se com o radioator e músico Macedo Neto. No mesmo ano, foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada em um hospital. Dolores resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o uísque. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida.

Em 1956, fez sucesso com a música Filha de Chico Brito, composta por Chico Anysio. No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores uma composição dele e de Vinícius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores pegou um lápis e compôs a letra da música "Por Causa de Você". Vinícius ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores. Foi revelado, a partir daí, o talento de Dolores para a composição e grandes sucessos se sucederam, como Estrada do Sol, Ideias Erradas, Minha Toada e A Noite do Meu Bem, entre outros.

Dolores passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo o sonho de ser mãe. Em 1958, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa com o conjunto musical. De volta ao Brasil adotou uma menina negra, Maria Fernanda Virgínia da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores e a menina não ter com ele qualquer parentesco. A mãe biológica de Maria Fernanda Virgínia havia falecido após o parto. O pai, por sua vez, foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro.

A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre tantas outras.

Na madrugada de 23 de outubro de 1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram 'esticar' no Kit Club. A cantora chegou em casa às sete da manhã do dia 24. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos e álcool.

A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos.

Discografia

    * Dolores Duran Viaja (1955)
    * Dolores Duran Canta Para Você Dançar (1957)
    * Dolores Duran Canta Para Você Dançar Nº 2 (1958)
    * Êsse Norte É Minha Sorte (1959)


Samba-canção

Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney e Ângela Maria. O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 50. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.
 
 

Mais uma bela traduçao de SIMPLESMENTEEDMILSON

http://www.youtube.com/user/SIMPLESMENTEEDMILSON#



Noite Ilustrada


Mário de Souza Marques Filho, o Noite Ilustrada
(Cantor sambista brasileiro )
1928 - 2003


O cantor Noite Ilustrada chama-se Mario de Souza Marques Filho. Nasceu a 10 de abril de 1928 em Pirapetinga - Minas Gerais. Seus pais, Mario e dona Alexandrina Maria, separaram-se, quando o filho ainda era bem pequeno.
 
Então o garoto na mais tenra idade, começou a trabalhar, para ajudar sua mãe. Era engraxate, na estação de trem, e carregava leite para o fabrico de queijo. Mas isso não foi suficiente, e dona Alexandrina mandou seu filho para o Rio de Janeiro viver com o pai. O pai, que era motorista em uma fábrica de lâmpadas GE, preferiu colocar o garoto em um colégio interno.
 
E assim, Mario Junior foi para o SAM – Serviço de Assistência aos Menores. De lá, para o Instituto Profissional Getulio Vargas, ainda como interno. Saiu com 17 anos, tendo aprendido a trabalhar com móveis, e foi trabalhar em Vila Izabel. Foi aí que conheceu o pessoal da Escola de Samba da Mangueira. O garoto, de cor negra, gostou das rodas de samba e percebeu nascer dentro de si, a vocação artística. Mesmo tendo passado mais de oito anos de internato, sem ter recebido sequer a visita dos pais, Mario tinha facilidade em fazer amigos. Esperto e bonzinho, também tinha inclinação para o futebol, e foi mesmo ser jogador em Minas Gerais, na cidade de Além Paraíba. Foi quando o humorista Zé Trindade fazia shows na região, que Mario o conheceu.
 
Como já tocasse violão, o “Bom Crioulo”, como ele era chamado, juntou-se ao humorista.. Logo comprou seu primeiro violão, que pagou “pingadinho”, e foi virando profissional, isto é: “tentando”, pois embora fazendo parte do regional da Rádio Novo Mundo, não recebia salário nenhum. Na excursão que fez com Zé Trindade é que cantou no palco, pela primeira vez, no lugar de um colega que faltou. E, por não se lembrar do nome do principiante, Zé Trindade o anunciou como “Noite Ilustrada”, nome de uma revista carioca. Assim foi batizado o jovem cantor.

Figura lendária da noite paulistana, o famoso intérprete morreu na cidade de Atibaia, no Estado de São Paulo, aos 76 anos de idade, depois de 20 dias internado no Hospital de Atibaia, tentando resistor a um câncer. Noite Ilustrada fez grande sucesso em todo o país no final dos anos 50 e início dos 60; sua gravação de Volta Por Cima, de Paulo Vanzolini, marcou época. Seu último disco foi Perfil de um sambista (2001), com produção de Fernando Faro e repertório formado por releituras das canções que mais gostava de cantar.


Edith Veiga


Nascida em Juquiá, interior de São Paulo, no dia 15 de fevereiro, Edith Veiga passou uma infância simples, mas sempre cercada de muita música, por conta de seu maior desejo: ser cantora.

Aos 15 anos, com a morte do pai, mudou-se com a família para São Paulo e, trabalhando como demonstradora de artigos eletrodomésticos ou cabeleireira, nas horas de folga começou a freqüentar e participar de quase todos os programas de calouros da época, tais como O telefone está chamando e A Hora do Pato. No entanto, só em 1961, com o segundo lugar alcançado no famoso concurso “A Voz de Ouro ABC”, líder de audiência da TV Record – Canal 7, defendendo o samba-canção Castigo (Dolores Duran), as portas para a sua carreira artística foram definitivamente abertas.

Nessa ocasião, Palmeira (da dupla sertaneja Palmeira e Biá) que era diretor da gravadora Chantecler, acompanhando pela tv,  encantou-se com o timbre impressionante da moça e contratou-a para a gravação de um bolero que acabou se tornando um dos maiores sucessos, senão o maior daquele ano: Faz-me Rir (versão de Teixeira Filho para Me Dá Risa, de autoria da dupla chilena Yone e Arias).

O lançamento aconteceu no formato 78 rotações e tinha do outro lado a versão Nunca aos Domingos (Never on Sunday), que mesmo com o sucesso estrondoso de Faz-Me Rir, acabou sendo bem executada. No total foram 500 mil discos vendidos.

No mesmo ano, a Chantecler lançou o primeiro LP de Edith, “Faz-Me Rir e Outros Sucessos” e mais gravações acabaram entrando para as paradas, entre elas Rumores, De Quem Estás Enamorado e Inveja – todas versões de boleros de sucesso da época. Por conta de todo esse “estouro”, Edith ganhou os principais troféus, inclusive os cobiçados Roquete Pinto e Chico Viola, todos na categoria de Melhor Revelação.

No ano seguinte, lançou o LP “Sozinha”. De lá, saíram sucessos como Acho Graça e a faixa-titulo, que foi tema  de uma novela da TV Tupi, chamada “A canção que a noite levou” da qual Edith chegou a participar, ao lado de Hugo Santana.

Em 1963, no auge da carreira, era uma das mais solicitadas cantoras do Brasil e chegou a se apresentar no Japão, parte da Europa e em quase toda a América Latina. Neste mesmo ano, lançou o LP “Noite Sem Ninguém” e apresentou por mais de um ano, no Canal 2 de São Paulo, o programa “Edith Veiga em Dois Tempos”, no qual recebia as principais personalidades da época, chegando a apresentar pela primeira vez ao público o cantor Altemar Dutra.

Em 1967 ,casou-se com o advogado Faiez Metne, com quem teve três filhos.Pelo fato de ter constituído família, continuou atuando, mas com menos intensidade. Durante esse período gravou muitos compactos e alternou sua voz em gêneros e estilos completamente variados, chagando a gravar bossa-nova, música de protesto, samba de morro e até jovem guarda.
 
Com o nascimento de sua primeira filha, Fabiana, em 1968, passou a atuar cada vez menos e permaneceu quase que completamente ausente das gravações de disco.
No começo da década de 70, gravou alguns poucos compactos, e somente em 1974 gravou um esperado lp, disco primoroso com um repertório privilegiado por clássicos da música brasileira e universal. Muito bem aceito pela crítica e o público, o álbum trazia releituras de Que Será (o maior sucesso de Dalva de Oliveira), Pedacinho do Céu (famoso chorinho de Waldir Azevedo,  La Barca(Roberto Cantoral) e um pot-pourri de clássicos da música portuguesa com acompanhamento da famosa típica de Manoel Marques.

Por todo o restante da década de 70, continuou atuando, gravando compactos, (inclusive a sempre pedida Eu Te Amei, Eu Te Amo, Eu Sempre de Amarei – 1976), freqüentando os principais programas de televisão, tais como “Almoço com as Estrelas”, “Globo de Ouro”, “Silvio Santos” e “Chacrinha” que carinhosamente a apelidou de “As Pernas Que Cantam”.
No ano de 1980 chegou a se apresentar no famoso Carnegie Hall, dos EUA, e a gravar dois clipes  para o “Fantástico” (da TV Globo), diretamente de Nova York, com as canções “Fim de comédia”, e “Não lhe quero mais”.

Contratada pela RGE, na mesma época, emplacou o bolero Meu Homem (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e gravou outro LP de sucesso, “Pensando em Ti”, com músicas de Roberto Carlos, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues e algumas de sua autoria.

Em meados da década de 80 atuou muito no norte e nordeste, chegando até a gravar em Recife o LP “Como Se Fosse”, posteriormente lançado em cd e em catálogo até hoje.

Em 1989, lançou o LP “Começo da Vida” (RGE), casou-se pela segunda vez e por imposição do então atual marido,   afasta-se do meio artístico para se dedicar à vida conjugal, e retornar à sua terra natal.

No início da década seguinte, Edith retoma suas atividades , fazendo shows por todo o Brasil e lança um cd dedicado ao fado, fazendo assim uma homenagem à Amália Rodrigues, com quem chegou a dividir o palco em terras portuguesas, e na ocasição recebeu de presente da musa fadista um lindo xale com o qual se apresenta em shows.

Atualmente, EdithVeiga se apresenta pelo Brasil com um show que traz uma retrospectiva de sua carreira e tem como base o repertório de seu novo CD. Nele, músicas inéditas de sua autoria, regravações de clássicos da MPB e participações especiais de Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo e  Alcione.



Cartola


Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor  e violonista brasileiro.

Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão.[1] Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.

Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.

Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário.Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".

Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.

Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.

Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.

Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico e compondo seus sambas.
Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.

Do Catete para a Mangueira

Cartola aos 4 anos, com Biela, no Catete

Angenor de Oliveira nasceu em 1908 na cidade do Rio de Janeiro. Era o primogênito dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor - fato que só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com Dona Zica na década de 1960. Para não ter que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.

Nascido no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.Lá nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos União da Aliança e Arrepiados - neste último tocava cavaquinho (instrumento musical que lhe tinha sido dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade) e nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de "pastorinhas".Era tão entusiasmado pelo Arrepiados que ao participar, mais tarde, da fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores daquele rancho - o verde e o rosa - fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo do samba. Na verdade, Carlos Cachaça disse que tinha existido no Morro da Mangueira um antigo rancho chamado Caçadores da Floresta, cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.
 
Em 1920, na Mangueira

Em 1919, movidos por dificuldades financeiras, os Oliveira foram para o morro da Mangueira, então uma pequena e nascente favela com menos de cinquenta barracos.Logo, conheceria e se tornaria amigo de outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, e que se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas.

Quando tinha 15 anos, abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia. Na adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro. Foi enquanto trabalhava nas obras de construção, que ele ganharia o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da música popular brasileira.Para que o cimento não lhe caísse sobre os cabelos, resolveu passar a usar um chapéu-coco, que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha, e assim, começou a ser chamado de "Cartola".

Tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então por algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio. Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal-alimentado, na cama de um pequeno barraco.Uma vizinha do seu barraco chamada Deolinda – uma mulher gorda, forte e boa, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos – passou a cuidar e a gostar dele. Os dois acabam se envolvendo. Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho. Decidem viver juntos e Deolinda deixa o marido, levando a filha que o compositor irá criar como sua.

O surgimento do sambista

O barraco dividido por Cartola e Deolinda era habitado por mais gente, todos sustentados pela dona de casa, que lavava e cozinhava para fora. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo.Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais. À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim.

Com estes e outros compositores, Cartola integrava uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o Bloco dos Arengueiros, em 1925, para brincar o carnaval. Esse bloco seria o embrião da Estação Primeira de Mangueira.A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro, gerou, em 28 de abril de 1928, a segunda escola de samba carioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade.Cartola, um dos seus sete fundadores (também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 1930); Estação Primeira, porque, contando a partir da Central do Brasil, o morro de Mangueira ficava a primeira estação de trem de um lugar em que havia samba.[4] Cartola compôs "Chega de Demanda", o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco "História das Escolas de Samba: Mangueira".

No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão que subira o morro para comprar uma música.O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Assinava então Agenor de Oliveira. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio – que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade –, Cartola conservava a autoria e não dava parceria a ninguém.[4]
“     O rapaz foi lá e disse: "Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu". "O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma." (...) Ele disse: "Quanto é que você quer pelo samba?". Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: "Vou pedir 50 mil réis". "O quê, rapaz? Pede 500." (...) Com muito medo, pedi 500 contos. "Não, dou 300. Tá bom?" Eu disse assim: "Bom, me dá esses 300 mesmo". Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele. Então gravou Chico, Francisco Alves.     ”
     
— Cartola, sobre o samba "Que Infeliz Sorte", Almanaque da Folha


Em 1932, Francisco Alves e Mário Reis gravaram outro samba seu, "Perdão, Meu Bem". Também remonta àquela época a amizade e a parceria que Cartola estabeleceu com Noel Rosa. Com o "poeta de Vila Isabel", compôs "Tenho Um Novo Amor", interpretada por Carmen Miranda, "Não Faz, Amor" e "Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz", interpretadas por Francisco Alves. Ainda naquele ano, Sílvio Caldas lançou "Na Floresta" (de autoria de Cartola, do próprio Sílvio e ainda a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça).Também em 1932, a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal "O Mundo Esportivo" com o samba "Pudesse Meu Ideal" (sua primeira parceria com Carlos Cachaça).

Em 1933, Cartola viu pela primeira vez um samba seu se tornar sucesso comercial: "Divina Dama", novamente na voz de Francisco Alves. Arnaldo Amaral gravou "Fita Meus Olhos" (com B. Vasquez), canção que encerrava o breve ciclo inicial de gravações de composições suas. A partir dali, o sambista passou a compor exclusivamente para a sua escola no morro, marginalizando-se do círculo artístico e de produção discográfica da cidade.

Em 1935, novamente a Mangueira teve premiado no desfile um samba de Cartola, "Não Quero Mais" (feito com Carlos Cachaça e Zé da Zilda), que foi gravado, em 1936, por Araci de Almeida e regravado, em 1973, por Paulinho da Viola, com o título alterado para "Não Quero Mais Amar A Ninguém".

Em 1940, Cartola foi convidado pelo maestro e compositor erudito Heitor Villa-Lobos, seu admirador, a formar um grupo de sambistas - entre eles, Donga, Pixinguinha, João da Baiana - para fazer algumas gravações de música popular brasileira para outro maestro mundialmente famoso, o norte-americano Leopold Stokowski (que percorria a América Latina recolhendo músicas nativas), realizadas a bordo do navio Uruguai (ancorado no pier da Praça Mauá, no Rio de Janeiro).Dos sambas que Cartola gravou a bordo do navio, "Quem Me Vê Sorrindo" (composto com Carlos Cachaça) saiu em um dos quatro discos de 78 rpm, lançados comercialmente apenas nos Estados Unidos pela gravadora Columbia.[4] Além da sua primeira gravação, foi registrado nesse álbum o coro da Mangueira com as vozes de Dona Neuma e de suas irmãs, a clarineta de Luís Americano, emboladas de Jararaca e Ratinho, a flauta de Pixinguinha, além das participações de Donga e João da Baiana e um arranjo de Villa-Lobos para o tema indígena Canidé Joune.

Popular, Cartola também atuou como cantor na rádio, apresentando músicas suas e de outros compositores. Ainda em 1940 criou com Paulo da Portela, o programa A Voz do Morro, na Rádio Cruzeiro do Sul, no qual apresentavam sambas inéditos, cujos títulos deviam ser dados pelos ouvintes. Assim, o programa premiava o ouvinte que tivesse sugerido o título escolhido para o samba. Em 1941, formou, junto com Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, o Conjunto Carioca, que durante um mês realizou apresentações em um programa da Rádio Cosmos, da cidade de São Paulo.[5] Em 1942, "Não Posso Viver Sem Ela" (parceria com Alcebíades Barcellos) foi lançada no famoso disco "Ai Que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves.
“     Gosto de fazer samba de dor de cotovelo, falando de mulher, de amor, de Deus, porque é isso que acho importante e acaba se tornando uma coisa importante     ”
     
— Cartola, comentando sua obra, Almanaque da Folha


Tempos difíceis

Nos anos seguintes, Cartola participou pouco no cenário musical. Entre suas poucas atuações artísticas, o sambista apareceu como corista da gravação de alguns cantores na Colúmbia e chegou a se apresentar com um grupo de morro no Cassino Atlântico.

Com a nova direção da Estação Primeira de Mangueira antipática a Cartola, o sambista viu seu samba ser desqualificado pelo júri que julgou as músicas concorrentes ao enredo que representaria a escola de samba no carnaval de 1947. Para piorar, ele contraiu meningite, ficando três dias em estado de coma e um ano andando de muleta. Com vergonha da condição de doente, acabou se mudando para Nilópolis. Foi cuidado por Deolinda, mas pouco depois assistiu à morte da mulher, vitimada por um ataque cardíaco.Com a morte de Deolinda, deixou o Morro da Mangueira.

Por um período de cerca de sete anos, andou desaparecido dos seus conhecidos. Fora do ambiente musical, muitos pensavam até que tivesse morrido. Chegou-se a compor sambas em sua homenagem. Em 1948, a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval do Rio de Janeiro com seu samba-enredo "Vale do São Francisco" (com Carlos Cachaça).

Cartola vivia um período difícil em sua vida. Sem mais a atenção de Deolinda e o prestígio no morro da Mangueira, o sambista morava em uma favela no bairro do Caju, com uma mulher chamada Donária. Data dessa época a composição "Fiz Por Você o Que Pude", dedicada a Mangueira.

Cartola conseguiu trabalhos modestos, como o de lavador de carros e vigia de edifícios. Mas a entrada em cena de uma nova - e definitiva - mulher em sua vida alterou o seu destino. Quando Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica, o encontrou, o sambista estava em um estado lastimável, entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates - sem contar ainda um problema no nariz, que tinha se tornado demasiadamente grande. Apesar disso, Zica, antiga admiradora de Cartola, se apaixonou por ele, conquistando-o.[4] Zica o levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na subida do morro, perto da quadra da escola de samba e próximo da casa de Carlos Cachaça e Menina (irmã de Zica). Com Zica, Cartola viveria até o fim de seus dias, sem, no entanto, deixar filhos.

Mesmo sumido, Cartola ainda foi lembrado em 1952, quando Gilberto Alves gravou o samba-canção "Sim" (parceria com Oswaldo Martins).

Os bons tempos do Zicartola


Em 1957, Cartola trabalhava como vigia e lavador dos carros dos moradores de um edifício em Ipanema. Nessa função, foi identificado em uma madrugada pelo jornalista Sérgio Porto (ou Stanislaw Ponte Preta), sobrinho do crítico musical Lúcio Rangel (que havia dado ao sambista, anos antes, o apelido de "Divino Cartola"). Ao ver o compositor magro e maltrapilho em um macacão molhado, Stanislau decidiu ajudá-lo, começando por divulgar a redescoberta, que fizera, do sambista.[4] Àquela altura, Cartola era dado como desaparecido ou mesmo morto por muitos de seus conhecidos e admiradores. O reencontro com o jornalista foi definitivo para a retomada de sua carreira como músico e compositor.

A promoção rendeu algumas apresentações na Rádio Mayrink Veiga e em restaurantes, além de matérias em jornais e revistas. Sérgio também arranjou para o sambista, por meio do cronista e pesquisador Jota Efegê, um emprego de contínuo no jornal Diário Carioca em 1958[5] e, no ano seguinte, no Ministério da Indústria e Comércio.[4] Em 1958, foram gravados seus sambas "Grande Deus" e "Festa da Penha", respectivamente por Jamelão e Ari Cordovil. Em 1960, Nuno Veloso gravou "Vale do São Francisco" (parceria com Carlos Cachaça).

No início da década de 1960, Cartola se tornou zelador da Associação das Escolas de Samba, localizada em um velho casarão no centro do Rio de Janeiro, que se tornou um ponto de encontro de sambistas de toda a cidade. Além das rodas de samba no local, Zica - uma exímia cozinheira - passou a servir uma sopa aos participantes. Estimulado por amigos, Cartola e Zica resolveram aplicar a fórmula música-comida em um sobrado da rua da Carioca, também na zona central da cidade, em 1963.A iniciativa contou com o apoio financeiro de empreendedores considerados "mangueirenses de coração", como o empresário Renato Augustini.

O Zicartola se tornou um marco na história da música popular brasileira no início das década de 1960. Além da boa cozinha administrada por Zica, Cartola fazia as vezes de mestre de cerimônias, propiciando o encontro entre sambistas do morro e compositores e músicos de classe média, especialmente ligados à Bossa Nova, além de poetas-letristas como Hermínio Bello de Carvalho e jornalistas musicais como Sérgio Cabral. Velhos bambas, como Nelson Cavaquinho e Zé Kéti, se juntavam a novos talentos, como Élton Medeiros e Paulinho da Viola.Além da presença constante de alguns dos melhores representantes do samba de morro, diferentes gerações de cantoras se encontravam ali, como Elizeth Cardoso e Nara Leão.

No Zicartola, desafiado pelo amigo Renato Agostini, Cartola compôs com Elton Medeiros em cerca de 30 minutos o samba "O Sol Nascerá", que se tornaria um de seus grandes clássicos. A mesma facilidade para compor experimentaria em "Alvorada" um samba feito a seis mãos. Compusera com Carlos Cachaça a primeira parte de um samba que decidiram mostrar a Hermínio Bello de Carvalho, que escreveu então os versos da segunda parte, que ele musicou na hora.

Moda no Rio de Janeiro, o Zicartola inaugurou um gênero de casa noturna que viria a se propagar nas décadas seguintes. Apesar disso, o bar durou pouco e, mal-administrado, fechou as portas após dois anos de existência, pois seu dono definitivamente não tinha tino comercial.[4] Em 1974, um bar chamado Zicartola foi aberto no bairro paulistano de Vila Formosa.

Ainda em 1964, Cartola e Zica se casaram oficialmente (às vésperas do casamento, ele compôs "Nós Dois" para ela), e o sambista atuou no filme "Ganga Zumba" (de Carlos Diegues), no papel de um escravo (já havia atuado discretamente em "Orfeu Negro" e ainda participaria de "Os Marginais").O samba "O Sol Nascerá" foi gravado por Isaura Garcia.

Em 1965, foi lançado o álbum com gravações do Show Opinião, no ano anterior, realizado entre Zé Keti, João do Vale e Nara Leão - esta incluíu "O Sol Nascerá" (de Cartola e Elton Medeiros) no repertório do LP.Esta gravação tornou Cartola, assim como outros sambistas de seu círculo, conhecidos pelo público de classe média da época, projetando-os profissionalmente. Em consequência do prestígio que ganhou, Cartola chegou a ter seu nariz retocado pelo célebre cirurgião plástico Ivo Pitanguy.Pery Ribeiro e Bossa Três também regravam "O Sol Nascerá".

Ainda em 1965, Cartola iniciou a construção de uma casa (verde e rosa) ao pé do morro da Mangueira, em terreno doado pelo então Estado da Guanabara.Naquele mesmo ano e no seguinte, fez participação em dois discos de Elizeth Cardoso, que gravou o samba "Sim" (parceria com Oswaldo Martins e Leny Andrade).Ainda em 1966, gravou com Clementina de Jesus seu samba "Fiz por você o que pude".

Em 1968, participou em duas faixas do LP "Fala, Mangueira", que reuniu, além dele, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus e Odete Amaral. Também naquele ano, Cartola gravou com Odete Amaral "Tempos Idos" (parceria com Carlos Cachaça) e Ciro Monteiro gravou "Tive Sim".

A glória na velhice

Em 1970, Cartola protagonizou uma série de apresentações promovidas pela União Nacional dos Estudantes, intituladas "Cartola Convida", na praia do Flamengo, onde recebia grandes nomes do samba. Também naquele ano, a Abril Cultural lançou um volume dedicado à sua obra na série "História da música popular brasileira", no qual o sambista interpretou "Preconceito" (de sua autoria). Em 1972, Paulinho da Viola gravou "Acontece" e Clara Nunes gravou "Alvorada" (com Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho). Em 1973, Elza Soares gravou "Festa da Vinda" (parceria com Nuno Veloso).

Mas a consagração definitiva viria somente em 1974, alguns meses antes de completar 66 anos, quando o sambista finalmente gravou seu primeiro disco-solo. Cartola, lançado em uma iniciativa do pesquisador musical, produtor de discos e publicitário Marcus Pereira. O disco, que recebeu vários prêmios e foi considerado um dos melhores daquele ano,reunia uma coleção de obras-primas de Cartola e uma equipe de instrumentistas de primeira linha no acompanhamento. O sambista interpretou "Acontece", "Tive Sim", "Amor Proibido" e "Amor Proibido" (canções de autoria própria), "Disfarça E Chora" e "Corra E Olhe O Céu" (parceria com Dalmo Casteli), "Sim" (com Oswaldo Martins), "O Sol Nascerá" (com Élton de Medeiros), "Alvorada" (com Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho), "Festa Da Vinda" (com Nuno Veloso), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça) e "Ordenes E Farei" (com Aluizio).

Também em 1974, a mesma gravadora Marcus Pereira lançou o LP "História das escolas de samba: Mangueira", no qual Cartola interpretou algumas faixas. Pouco depois, durante uma entrevista ao radialista e produtor Luiz Carlos Saroldi, em um programa especial para a Rádio Jornal do Brasil, apresentou dois sambas ainda inéditos: "As Rosas Não Falam" e "O Mundo é um Moinho". Ainda naquele ano, o sambista participou do programa radiofônico "MPB - 100 ao vivo" - os programas foram editados em oito LPs com o mesmo título e em um dos álbuns ocupou todo um lado, deferência só concedida a dois outros convidados, Luiz Gonzaga e Paulinho da Viola - e se apresentou no bairro carioca de Botafogo, em que atuou ao lado da cantora Rosana Tapajós e do flautista Altamiro Carrilho.Gal Costa regravou "Acontece".

Logo depois, em 1976, a mesma gravadora lançou o segundo LP, também intitulado Cartola. O sucesso do álbum foi puxado por uma de suas mais famosas criações, "As Rosas Não Falam", incluída na trilha sonora de uma novela da Rede Globo. Ainda em seu segundo disco, Cartola interpretou suas composições "Minha", "Sala de Recepção", "Aconteceu", "Sei Chorar", "Cordas de Aço" e "Ensaboa". Gravou também as canções "Preciso me encontrar" (de Candeia), "Senhora tentação" (de Silas de Oliveira) e "Pranto de Poeta" (de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Também nesse ano, Clementina de Jesus gravou "Garças Pardas" (parceria com Zé da Zilda).

A grande popularidade obtida pelo samba levou Cartola a uma divulgação inédita de seu trabalho. Realizou seu primeiro show individual, no Teatro da Galeria, no bairro do Catete, acompanhado pelo Conjunto Galo Preto. O show foi um sucesso de público e se estendeu por quatro meses em várias partes do país.

Em 1977, o sambista dividiu com um novo parceiro, Roberto Nascimento, uma turnê por palcos do Sesc, no interior de São Paulo.[8] Em meio ao grande sucesso, Cartola voltou a desfilar pela Mangueira, após 28 anos de ausência no desfile de carnaval. O seu samba "Tive, Sim" foi defendido por Ciro Monteiro na I Bienal do Samba, promovida pela TV Record, e terminou classificado em quinto lugar no concurso.Também foi convidado pela Prefeitura de Curitiba para integrar o juri do desfile das escolas de samba locais, onde, pela primeira e única vez julgou um desfile das escolas. Beth Carvalho gravou com sucesso "O mundo é um moinho". Em junho de 1977, a Rede Globo apresentou o programa "Brasil Especial" número 19, dedicado exclusivamente a Cartola, e que obteve grande êxito. Em setembro daquele mesmo ano, o sambista participou (acompanhado por João Nogueira) do "Projeto Pixinguinha", no Rio de Janeiro,e depois em uma excursão pelas principais cidades brasileiras. O sucesso do espetáculo os levou a excursionar por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Ainda em 1977, em outubro, a gravadora RCA lançou "Verde que te quero rosa", seu terceiro disco-solo, com igual sucesso de crítica. Um dos grandes destaques do álbum foi "Autonomia", com arranjo do maestro Radamés Gnatalli.[4] Desse LP fazem parte o samba-canção "Autonomia", além de "Nós Dois" (composta especialmente para o casamento com Zica, em 1964). Recriou "Escurinha" (samba do mangueirense Geraldo Pereira, falecido prematuramente em conseqüência de uma briga com "Madame Satã"). Estão presentes ainda os sambas "Desfigurado", "Grande Deus", "Que é feito de você" e "Desta vez eu vou" (todos de sua autoria), "Fita meus olhos" (com Osvaldo Vasques) e "A canção que chegou" (com Nuno Veloso.

Últimas homenagens

Em 1978, quase aos 70 anos, se transferiu da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, buscando um pouco mais de tranqüilidade, na tentativa de continuar compondo, mas sempre voltava para visitar os amigos no morro onde crescera e se tornara famoso.A residência de Cartola e Zica em Mangueira era muito frequentada por músicos e jornalistas, o que levou o casal a procurar um pouco de sossego. Era finalmente a primeira casa própria do artista, o máximo que ele conseguiu com o sucesso obtido no final da vida. Em frente à sua porta, foi inaugurada em seguida uma praça apropriadamente batizada de As Rosas Não Falam.

Naquele mesmo ano, estreou seu segundo show individual: "Acontece", outro sucesso. E em novembro, por ocasião de seu septuagésimo aniversário, recebeu uma grande homenagem na quadra da Mangueira. O sambista, no entanto, já estava doente. Diagnosticado seu mal, câncer na tireóide, foi operado em 1978.

Ainda naquele ano, o sambista gravou com Eliana Pittman o samba "Meu amigo Cartola" (de Roberto Nascimento) e, com Odete Amaral o samba "Tempos Idos" (parceria com Carlos Cachaça). Valdir Azevedo, João Maria de Abreu, Joel Nascimento e Fagner regravaram "As rosas não falam". Elizeth Cardoso regravou "Acontece" e Odete Amaral, "Alvorada". Durante a apresentação no Ópera Cabaré, em São Paulo, no mês de dezembro, o concerto foi gravado ao vivo, por iniciativa de J.C. Botezelli (responsável pelo primeiro disco de Cartola). Esse registro ao vivo só sairia em LP após a morte do compositor.

Em 1979, foi lançado Cartola – 70 anos, seu quarto LP no qual interpretou seus sambas "Feriado na roça", "Fim de estrada", "Enquanto Deus consentir", "Dê-me graças, senhora", "Evite meu amor", "Bem feito" e "Ao amanhecer", além de "O inverno do meu tempo" e "A cor da esperança" (parcerias com Roberto Nascimento), "Ciência e arte" e "Silêncio de um cipreste" (com Carlos Cachaça), "Senões" (com Nuno Veloso) e "Mesma estória" (com Élton Medeiros).

Ainda naquele ano, Nelson Gonçalves e Emílio Santiago regravaram "As rosas não falam". Em fins de 1979, Cartola participou de um programa na Rádio Eldorado, da cidade de São Paulo, no qual contou um pouco de sua vida e cantou músicas que andava fazendo. Essa entrevista foi posteriormente lançada em LP, na década de 1980, com o nome "Cartola - Documento Inédito".Em 1980, a cantora Beth Carvalho regravou "As rosas não falam" e "Consideração" (parceria com Heitor dos Prazeres. Com Nelson Cavaquinho, compôs apenas "Devia ser condenada", gravada pelo parceiro na década de 1980.

A carreira de Cartola não iria longe. Cartola sabia que sua doença era grave mas manteve segredo sobre ela todo o tempo. Para todos dizia que tinha uma úlcera.
 
“     Quando for enterrado, quero que Waldemiro toque o bumbo.     ”
     
— Cartola, manifestando a sua família um desejo uma semana antes de sua morte, Almanaque da Folha


Três dias antes de morrer, recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida.O poeta lhe dedicou uma comovente crônica, publicada pelo Jornal do Brasil.

Cartola morreria de câncer em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade. Após o velório na quadra da Estação Primeira de Mangueira, o corpo de Cartola foi sepultado no Cemitério do Caju. Atendendo a seu pedido, no dia 1º de dezembro, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira, que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para o coro de "As Rosas Não Falam", cantada por uma pequena multidão de sambistas, amigos, políticos e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira do time do seu coração, o Fluminense.

Após a morte

Durante os anos seguintes, viriam homenagens póstumas, discos e biografias que o confirmariam como um dos maiores nomes da música popular brasileira.Em 1981, Artur Oliveira concluiria o samba "Vem", que Cartola deixara inacabado, e seu livro escrito juntamente com Marília Trindade Barboza, a biografia "Cartola, Os Tempos Idos" seria lançado pela Funarte, em 1983. Ainda em 1982, foi lançado um disco póstumo do sambista, "Ao Vivo" – gravação de um espetáculo realizado no final de 1978, em São Paulo. Em 1984, também pela Funarte, sairia o LP "Cartola, Entre Amigos".

Em 1988, para comemorar o octagésimo aniversário de seu nascimento, a gravadora Som Livre lançou o songbook "Cartola – Bate Outra Vez...", que trazia Caetano Veloso, Gal Costa, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Luiz Melodia, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Nelson Gonçalves, Paulo Ricardo e Cazuza. E a cantora Leny Andrade apareceu com "Cartola – 80 Anos". Marisa Monte viria a incluir em seu repertório o lundu "Ensaboa", composto em 1975 e gravado pelo compositor em seu segundo LP.

A cantora Claudia Telles (filha de Sylvia Telles, um dos ícones da Bossa Nova) lançaria em 1995 um álbum-tributo composições de Cartola e Nelson Cavaquinho. Em 1998, Elton Medeiros e Nelson Sargento gravaram o álbum "Só Cartola". Medeiros também se apresentou com a cantora Márciano espetáculo "Cartola 90 anos", que resultaria em um álbum lançado pelo SESC de São Paulo. Naquele mesmo ano, o grupo Arranco (ex-Arranco de Varsóvia) lançou o álbum "Samba de Cartola".

Em 2001, a RCA relançou em CD o disco "Verde que te quero rosa". Naquele mesmo ano, foi fundado o Centro Cultural Cartola tendo por base a obra do compositor. Em 2002, o cantor Ney Matogrosso lançou o álbum "Cartola", com repertório todo dedicado ao compositor da Mangueira. Em 2003, a neta de Cartola descobriu uma pasta vários letras inéditas que teriam de ser musicadas. Ainda naquele ano, Beth Carvalho lançou o álbum "Beth Carvalho canta Cartola". Em 2004, o espetáculo "Obrigado Cartola", de Sandra Louzada, com direção de Vicente Maiolino, estreou no Centro Cultural Banco do Brasil. O musical contavao a vida do compositor e apresentando sambas clássicos. Naquele mesmo ano, foi lançado pela Editora Moderna o livro "Cartola", de Monica Ramalho.

Em 2007, foi lançado o filme "Cartola - Música para os Olhos", com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda.

Em 2008, esquecido no ano de seu centenário pela Estação Primeira de Mangueira que ajudou a fundar, foi, no entanto homenageado pela Paraíso do Tuiuti com o enredo "Cartola, teu cenário é uma beleza" que ajudou a escola de São Cristóvão a subir para o grupo de Acesso A. Dentro das comemorações pelo seu centenário, foi lançado pelo selo Biscoito Fino "Viva Cartola - 100 anos", que incluiu gravações lançadas em outros discos e que continha uma única faixa inédita, "Basta de Clamares Inocência" - gravada por Martinália. "Pranto de Poeta" – BMG

Obras

Discografia

Oficiais


    * 1974 - "Cartola"
    * 1976 - "Cartola"
    * 1977 - "Verde Que Te Quero Rosa"
    * 1978 - "Cartola 70 Anos"
    * 1982 - "Cartola - Ao Vivo"
    * 1982 - "Cartola - Documento Inédito"

Participações

    * 1942 - "Native Brazilian Music" - Leopold Stokowski
    * 1967 - "A Enluarada Elizeth" - Elizeth Cardoso (participação em "Seleção de Sambas da Mangueira")
    * 1968 - "Fala Mangueira!" - Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça
    * 1970 - "História da música popular brasileira" - Cartola e Nelson Cavaquinho
    * 1974 - "História das escolas de samba: Mangueira" - Vários Artistas
    * 1975 - "MPB - 100 ao vivo" - Vários artistas
    * 1980 - "E Vamos À Luta" - Alcione (participa da faixa "Eu Sei", de sua autoria)
    * 1993 - "No Tom da Mangueira" - Tom Jobim e Velha Guarda da Mangueira (incluída sua gravação de "Não quero mais amar a ninguém")

Não-oficiais

    * 1977 - "Cartola" - este disco faz parte da coleção Nova História da Música Popular Brasileira vem acompanhado de fascículo, fotos, ilustração de Elifas Andreatoe as letras das músicas
    * 1980 - "Adeus, mestre Cartola"
    * 1982 - "Cartola - História da MPB"
    * 1999 - "O Sol Nascerá"
    * 2001 - "A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes"

Homenagens e Tributos

    * 1984 - "Cartola, Entre Amigos" - Vários Artistas
    * 1987 - "Cartola – 80 Anos" - Por Leny Andrade
    * 1988 - "Cartola - Bate outra vez..." - Vários Artistas
    * 1995 - "Claudia Telles Interpreta Nelson Cavaquinho e Cartola" - Por Claudia Telles
    * 1998 - "Sambas de Cartola" - Grupo Arranco
    * 1998 - "Só Cartola" - Por Élton Medeiros e Nelson Sargento
    * 1998 - "Cartola – 90 Anos" - Por Élton Medeiros e Márcia
    * 2002 - "Cartola" - Por Ney Matogrosso
    * 2003 - "Beth Carvalho canta Cartola" - Por Beth Carvalho
    * 2008 - "Viva Cartola! 100 Anos" - Vários Artistas

DVDs

    * 2007 - MPB Especial 1974

Filmografia

    * 1958 - "Orfeu Negro" (participação especial)
    * 1963 - "Ganga Zumba"
    * 1968 - "Os Marginais" (participação especial)
    * 2006 - "Cartola - Música para os Olhos" (cine-biografia)

Livros

    * Cartola: Os Tempos Idos, de Arthur L de Oliveira Filho & Marília Trindade Barbosa da Silva, Rio de Janeiro: Gryphus, 2003.
    * Cartola: semente de amor sei que sou, desde nascença. Arley Pereira; prefácio de Elton Medeiros. 2ª ed. rev. e ampl. - São Paulo: Edições SESC SP, 2008.