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21 de jun. de 2010

Luiz Gonzaga

 
Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912 — Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o "rei do baião". É considerado mestre do cantor Dominguinhos.

Biografia

Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora-MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. Dele, recebeu importantes lições de música.

Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, fox e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe , um tema de sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.

Veio depois a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Foi lá que tomou contato com o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi do contato com este artista que surgiu a idéia de Luiz Gonzaga apresentar-se vestido de vaqueiro - figurino que o consagrou como artista.

Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.

Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça - iniciado provavelmente quando ela já estava grávida - e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.

Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu (Pernambuco), e o reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, parceria com Humberto Teixeira.

Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até perto do fim da vida de "Lua". E com ela teve outro filho que Lua a Chamava de Rosinha.

Gonzaga sofria de osteoporose. Morreu vítima de parada cárdio-respiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte (à contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal. Sua música mais famosa é Asa Branca

Sucessos

Estátua de bronze que, junto com Jackson do Pandeiro, fica de frente ao Açude Velho. Campina Grande (PB-Brasil).

    * A dança da moda, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
    * A feira de Caruaru, Onildo Almeida (1957)
    * A letra I, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
    * A morte do vaqueiro, Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho (1963)
    * A triste partida, Patativa do Assaré (1964)
    * A vida do viajante, Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga (1953)
    * Acauã, Zé Dantas (1952)
    * Adeus, Iracema, Zé Dantas (1962)
    * Á-bê-cê do sertão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
    * Adeus, Pernambuco, Hervé Cordovil e Manezinho Araújo (1952)
    * Algodão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
    * Amanhã eu vou, Beduíno e Luiz Gonzaga (1951)
    * Amor da minha vida, Benil Santos e Raul Sampaio (1960)
    * Asa-branca, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
    * Assum-preto, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
    * Ave-maria sertaneja, Júlio Ricardo e O. de Oliveira (1964)
    * Baião, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1946)
    * Baião da Penha, David Nasser e Guio de Morais (1951)
    * Beata Mocinha, Manezinho Araújo e Zé Renato (1952)
    * Boi bumbá, Gonzaguinha e Luiz Gonzaga (1965)
    * Boiadeiro, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
    * Cacimba Nova, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
    * Calango da lacraia, Jeová Portela e Luiz Gonzaga (1946)
    * O Cheiro de Carolina, - Sua Sanfona e Sua Simpatia - Amorim Roxo e Zé Gonzaga (1998)
    * Chofer de praça, Evaldo Ruy e Fernando Lobo (1950)
    * Cigarro de paia, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1951)
    * Cintura fina, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
    * Cortando pano, Jeová Portela, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
    * Dezessete légua e meia, Carlos Barroso e Humberto Teixeira (1950)
    * Feira de gado, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
    * Firim, firim, firim, Alcebíades Nogueira e Luiz Gonzaga (1948)
    * Fogo sem fuzil, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
    * Fole gemedor, Luiz Gonzaga (1964)
    * Forró de Mané Vito, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
    * Forró de Zé Antão, Zé Dantas (1962)
    * Forró de Zé do Baile, Severino Ramos (1964)
    * Forró de Zé Tatu, Jorge de Castro e Zé Ramos (1955)
    * Forró no escuro, Luiz Gonzaga (1957)
    * Fuga da África, Luiz Gonzaga (1944)
    * Hora do adeus, Luiz Queiroga e Onildo Almeida (1967)
    * Imbalança, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
    * Jardim da saudade, Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues (1952)
    * Juca, Lupicínio Rodrigues (1952)
    * Lascando o cano, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
    * Légua tirana, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
    * Lembrança de primavera, Gonzaguinha (1964)
    * Liforme instravagante, Raimundo Granjeiro (1963)
    * Lorota boa, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
    * Moda da mula preta, Raul Torres (1948)
    * Moreninha tentação, Sylvio Moacyr de Araújo e Luiz Gonzaga (1953)
    * No Ceará não tem disso, não, Guio de Morais (1950)
    * No meu pé de serra, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
    * Noites brasileiras, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
    * Numa sala de reboco, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
    * O maior tocador, Luiz Guimarães (1965)
    * O xote das meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
    * Ô véio macho, Rosil Cavalcanti (1962)
    * Obrigado, João Paulo, Luiz Gonzaga e Padre Gothardo (1981)
    * O fole roncou, Luiz Gonzaga e Nelson Valença (1973)
    * Óia eu aqui de novo, Antônio Barros (1967)
    * Olha pro céu, Luiz Gonzaga e Peterpan (1951)
    * Ou casa, ou morre, Elias Soares (1967)
    * Ovo azul, Miguel Lima e Paraguaçu (1946)
    * Padroeira do Brasil, Luiz Gonzaga e Raimundo Granjeiro (1955)
    * Pão-duro, Assis Valente e Luiz Gonzaga (1946)
    * Pássaro carão, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1962)
    * Pau-de-arara, Guio de Morais e Luiz Gonzaga (1952)
    * Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
    * Pé de serra, Luiz Gonzaga (1942)
    * Penerô xerém, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
    * Perpétua, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1946)
    * Piauí, Sylvio Moacyr de Araújo (1952)
    * Piriri, Albuquerque e João Silva (1965)
    * Quase maluco, Luiz Gonzaga e Victor Simon (1950)
    * Quer ir mais eu?, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1947)
    * Quero chá, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
    * Padre sertanejo, Helena Gonzaga e Pantaleão (1964)
    * Respeita Januário, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
    * Retrato de Um Forró,Luiz Ramalho e Luiz Gonzaga (1974)
    * Riacho do Navio, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
    * Sabiá, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1951)
    * Sanfona do povo, Luiz Gonzaga e Luiz Guimarães (1964)
    * Sanfoneiro Zé Tatu, Onildo Almeida (1962)
    * São-joão na roça, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
    * Siri jogando bola, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1956)
    * Vem, morena, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
    * Vira-e-mexe, Luiz Gonzaga (1941)
    * Xanduzinha, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
    * Xote dos cabeludos, José Clementino e Luiz Gonzaga (1967)
    * Antônio Nunes, meu Amor, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro (1000)
    * Maçons, Meus Relógios, Luiz Gonzaga e [Jackson do Pandeiro] (1500)
    * A minha tia godofreda weberrenta, Luiz Gonzaga, e seu tio [Antônio Nunes] (1395)

Notas

   1. Segundo a ortografia vigente, o correto seria Luís Gonzaga.

Bibliografia

    * Dominique Dreyfus. Vida do Viajante: A saga de Luiz Gonzaga Vozes do Brasil (em português).  2.ed. São Paulo: 34, 1997. ISBN 8573260343
    * Assis Ângelo. Eu Vou Contar Pra Vocês (em português).  São Paulo: Ícone, 1990. ISBN 8527401312
    * Luiz Gonzaga: Vozes do Brasil (em português).  São Paulo: Martin Claret, 1990. ISBN 8572320016



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