Nascida em Juquiá, interior de São Paulo, no dia 15 de fevereiro, Edith Veiga passou uma infância simples, mas sempre cercada de muita música, por conta de seu maior desejo: ser cantora.
Aos 15 anos, com a morte do pai, mudou-se com a família para São Paulo e, trabalhando como demonstradora de artigos eletrodomésticos ou cabeleireira, nas horas de folga começou a freqüentar e participar de quase todos os programas de calouros da época, tais como O telefone está chamando e A Hora do Pato. No entanto, só em 1961, com o segundo lugar alcançado no famoso concurso “A Voz de Ouro ABC”, líder de audiência da TV Record – Canal 7, defendendo o samba-canção Castigo (Dolores Duran), as portas para a sua carreira artística foram definitivamente abertas.
Nessa ocasião, Palmeira (da dupla sertaneja Palmeira e Biá) que era diretor da gravadora Chantecler, acompanhando pela tv, encantou-se com o timbre impressionante da moça e contratou-a para a gravação de um bolero que acabou se tornando um dos maiores sucessos, senão o maior daquele ano: Faz-me Rir (versão de Teixeira Filho para Me Dá Risa, de autoria da dupla chilena Yone e Arias).
O lançamento aconteceu no formato 78 rotações e tinha do outro lado a versão Nunca aos Domingos (Never on Sunday), que mesmo com o sucesso estrondoso de Faz-Me Rir, acabou sendo bem executada. No total foram 500 mil discos vendidos.
No mesmo ano, a Chantecler lançou o primeiro LP de Edith, “Faz-Me Rir e Outros Sucessos” e mais gravações acabaram entrando para as paradas, entre elas Rumores, De Quem Estás Enamorado e Inveja – todas versões de boleros de sucesso da época. Por conta de todo esse “estouro”, Edith ganhou os principais troféus, inclusive os cobiçados Roquete Pinto e Chico Viola, todos na categoria de Melhor Revelação.
No ano seguinte, lançou o LP “Sozinha”. De lá, saíram sucessos como Acho Graça e a faixa-titulo, que foi tema de uma novela da TV Tupi, chamada “A canção que a noite levou” da qual Edith chegou a participar, ao lado de Hugo Santana.
Em 1963, no auge da carreira, era uma das mais solicitadas cantoras do Brasil e chegou a se apresentar no Japão, parte da Europa e em quase toda a América Latina. Neste mesmo ano, lançou o LP “Noite Sem Ninguém” e apresentou por mais de um ano, no Canal 2 de São Paulo, o programa “Edith Veiga em Dois Tempos”, no qual recebia as principais personalidades da época, chegando a apresentar pela primeira vez ao público o cantor Altemar Dutra.
Em 1967 ,casou-se com o advogado Faiez Metne, com quem teve três filhos.Pelo fato de ter constituído família, continuou atuando, mas com menos intensidade. Durante esse período gravou muitos compactos e alternou sua voz em gêneros e estilos completamente variados, chagando a gravar bossa-nova, música de protesto, samba de morro e até jovem guarda.
Com o nascimento de sua primeira filha, Fabiana, em 1968, passou a atuar cada vez menos e permaneceu quase que completamente ausente das gravações de disco.
No começo da década de 70, gravou alguns poucos compactos, e somente em 1974 gravou um esperado lp, disco primoroso com um repertório privilegiado por clássicos da música brasileira e universal. Muito bem aceito pela crítica e o público, o álbum trazia releituras de Que Será (o maior sucesso de Dalva de Oliveira), Pedacinho do Céu (famoso chorinho de Waldir Azevedo, La Barca(Roberto Cantoral) e um pot-pourri de clássicos da música portuguesa com acompanhamento da famosa típica de Manoel Marques.
Por todo o restante da década de 70, continuou atuando, gravando compactos, (inclusive a sempre pedida Eu Te Amei, Eu Te Amo, Eu Sempre de Amarei – 1976), freqüentando os principais programas de televisão, tais como “Almoço com as Estrelas”, “Globo de Ouro”, “Silvio Santos” e “Chacrinha” que carinhosamente a apelidou de “As Pernas Que Cantam”.
No ano de 1980 chegou a se apresentar no famoso Carnegie Hall, dos EUA, e a gravar dois clipes para o “Fantástico” (da TV Globo), diretamente de Nova York, com as canções “Fim de comédia”, e “Não lhe quero mais”.
Contratada pela RGE, na mesma época, emplacou o bolero Meu Homem (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e gravou outro LP de sucesso, “Pensando em Ti”, com músicas de Roberto Carlos, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues e algumas de sua autoria.
Em meados da década de 80 atuou muito no norte e nordeste, chegando até a gravar em Recife o LP “Como Se Fosse”, posteriormente lançado em cd e em catálogo até hoje.
Em 1989, lançou o LP “Começo da Vida” (RGE), casou-se pela segunda vez e por imposição do então atual marido, afasta-se do meio artístico para se dedicar à vida conjugal, e retornar à sua terra natal.
No início da década seguinte, Edith retoma suas atividades , fazendo shows por todo o Brasil e lança um cd dedicado ao fado, fazendo assim uma homenagem à Amália Rodrigues, com quem chegou a dividir o palco em terras portuguesas, e na ocasição recebeu de presente da musa fadista um lindo xale com o qual se apresenta em shows.
Atualmente, EdithVeiga se apresenta pelo Brasil com um show que traz uma retrospectiva de sua carreira e tem como base o repertório de seu novo CD. Nele, músicas inéditas de sua autoria, regravações de clássicos da MPB e participações especiais de Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo e Alcione.
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