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18 de abr. de 2010

Elizeth Cardoso


Elizeth Moreira Cardoso (Rio de Janeiro, 16 de julho de 1920  — 7 de maio de 1990) foi uma cantora brasileira.

Elizeth, A Divina, é considerada como uma das maiores intérpretes da canção brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Primeira apresentação

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos dezesseis anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.

Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.

Casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco. Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.

Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas.

Estilo

Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de Maysa Monjardim, Nora Ney, a maior intérprete do gênero, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba canção antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais,[1] considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, Chega de saudade, Luciana, Estrada branca, Outra vez. A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

Anos 1960

Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão Bossaudade (TV Record, Canal 7, São Paulo). Em 1968 apresentou-se num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Rio de Janeiro). Considerado um encontro histórico da música popular brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia; long-plays (Lps) foram lançados em edição limitada pelo MIS. Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) interpretando Valsa do amor que não vem (Baden Powell e Vinícius de Moraes); o primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com Arrastão.

Apelidos

Teve vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba, Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnífica (apelido dado por Mister Eco) e a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa –- A Divina -- que a marcou para o público e para o meio artístico.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.

ELizeth Cardoso morreu aos 69 anos, vítima de câncer.

Discografia

    * Braços Vazios/Mensageiro da saudade (1950)
    * Complexo/Canção de amor (1950)
    * Vem para os braços meus/A mentira acaba (1950)
    * Dá-me tuas mãos/O amor é uma canção (1951)
    * Se eu pudesse/Quem diria? (1951)
    * É sempre assim/Falsos beijos (1951)
    * Cantiga de Natal/31 de dezembro (1951)
    * As palavras não dizem tudo/Venho de longe (1952)
    * Nosso amor, nossa comédia/Maus tratos (1952)
    * Eu não posso dizer/Teu ciúme (1952)
    * Amor, amor/Caixa postal zero zero (1952)
    * Ingratidão/O homem do passado (1952)
    * Alguém como tu/Nem resta a saudade (1953)
    * Fantasia/Graças a Deus (1953)
    * Ai, ai, Janot./Amor que morreu (1953)
    * Pra que voltar?/Ao Deus-dará (1954)
    * Brigas de amor/Vida vazia (1954)
    * Seresteiro/Palhaço (1954)
    * Ocultei/Zanguei com meu amor (1954)
    * Só você, mais nada/Caminha (1954)
    * A moça do retrato/Tormento (1955)
    * Subúrbio/Não quero você (1955)
    * Águas passantes/Velha praça (1955)
    * Amanhã será tarde/Não tenho lar (1955)
    * Canções à meia luz (1955)
    * Canção da volta/Linda flor (1956)
    * Amor oculto/Velhas memórias (1956)
    * Na madrugada/O amor é fado (1956)
    * Fim de noite (1956)
    * Noturno (1957)
    * Aconteceu no Uruguai/Tem jeito, sanfona (1957)
    * Chove lá fora/Nunca é tarde (1957)
    * Música e poesia de Fernando Lobo (1957)
    * Um compositor em dois tempos - Jubileu de prata de Herivelto Martins (1957)
    * É luxo só/Por acaso (1958)
    * Madame Fulano de Tal/Conselho inútil (1958)
    * Na cadência do samba/Praça sete (1958)
    * Naturalmente (1958)
    * Retrato da noite (1958)
    * Canção do amor demais (1958)
    * E daí?/Sozinha (1959)
    * Magnífica (1959)
    * Cheiro de saudade/Até quando (1960)
    * Velhos tempos/Cidade do interior (1960)
    * O amor e a rosa/Bebeco e Doca (1960)
    * A canção dos seus olhos/Ri (1960)
    * Mulata assanhada (1960)
    * Vem hoje/Guacira (1960)
    * A meiga Elizeth (1960)
    * Sax - Voz (1960)
    * Palhaçada./Samba triste (1961)
    * Nossos momentos/Tentação do inconveniente (1961)
    * Balão apagado/Notícia de jornal (1961)
    * Deixa andar/Vaga-lumeando (1961)
    * Deixa andar/Nosso momentos (1961)
    * Sax - Voz - Nº.2 (1961)
    * Moeda quebrada/Ninguém sabe de nós (1962)
    * Canção da manhã feliz/Na cadência do samba (1962)
    * Briguei/Seja lá o que Deus quiser (1962)
    * A miega Elizeth Nº.2 (1962)
    * Eu quero amar/Se vale a pena (1963)
    * Mulher carioca/Menino travesso (1963)
    * Seu José/Não pense em mim (1963)
    * Grandes momentos com Elizeth Cardoso (1963)
    * A meiga Elizeth Nº.3(1963)
    * Elizeth canta seus maiores sucessos (1963)
    * Elizeth interpreta Vinícius (1963)
    * A meiga Elizeth Nº.4 (1963)
    * A meiga Elizeth Vol.5 (1964)
    * Elizeth sobe o morro (1965)
    * Quatrocentos anos de samba (1965)
    * A bossa eterna de Elizeth e Cyro, Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro (1966)
    * Muito Elizeth (1966)
    * A enluarada Elizeth (1967)
    * Ao vivo no Teatro João Caetano - Volume I - Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim (1968)
    * Ao vivo no Teatro João Caetano - Volume II - Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim (1968)
    * Momento de amor (1968)
    * Elizeth e Zimbo Trio na Sucata (1969)
    * A bossa eterna de Elizeth e Ciro - Nº 2 - Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro (1970)
    * Elizeth, a exclusiva (1970)
    * É de manhã - Elizeth Cardoso e Zimbo Trio (1970)
    * Falou e disse (1970)
    * Elizeth no Bola Preta com a Banda do Sodré (1970)
    * Elizeth Cardoso e Silvio Caldas (1971)
    * Elizeth Cardoso e Silvio Caldas - Vol. II (1971)
    * Elizeth Cardoso - Disco de ouro (1971)
    * Elizeth Cardoso LATINO (1971)
    * Elizeth Cardoso TAL (1972)
    * Preciso aprender a ser só (1972)
    * Mulata maior (1974)
    * Elizeth / Feito em casa (1974)
    * Edição histórica - VOL. 3 (1974)
    * Elizeth Cardoso (1975)
    * Bossaudade - A bossa eterna (1975)
    * Elizeth Cardoso (1976)
    * Elizeth Cardoso (1977)
    * Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro (1977)
    * Live in Japan (1978)
    * A cantadeira do amor (1978)
    * O inverno do meu tempo (1979)
    * Elizeth Cardoso nº 1 (1980)
    * Elizeth Cardoso nº 2 (1980)
    * Elizeth Cardoso nº 3 (1980)
    * Elizethíssima (1981)
    * Recital (1982)
    * Outra vez Elizeth (1982)
    * Elizeth - Uma rosa para Pixinguinha (1983)
    * Leva meu samba-Elizeth Cardoso e Ataulfo Júnior (1985)
    * Luz e Esplendor (1986)
    * Elizeth Cardoso - Jacob do Bandolim - Zimbo Trio e Conj. Época de Ouro (1989)
    * Elizeth Cardoso (1989)
    * Ary Amoroso (1991)
    * Todo sentimento (1991)


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